Vitrine Digital

Por: Thabata Alves

Nos últimos três anos, o mundo da moda tem se voltado para a sustentabilidade. Virou febre usar roupas e acessórios que adotem formas mais “conscientes” de confecção, entretanto essa busca apesar de atualmente está mais intensa, começou desde a década de 1970.

Entretanto, essa tomada de consciência, não tem mais um caráter artesanal. Hoje em dia, muitos fabricantes de roupas, de olho nesse público ético, já buscam se diferenciar usando materiais ecológicos e maneiras mais sustentáveis de produção.

No Brasil, o São Paulo Fashion Week tem adotado a sustentabilidade como tema, mas aderiu em parte ao movimento, pois a decoração usava elementos recicláveis, mas enquanto na passarela poucas peças sustentáveis desfilaram. Em Paris, uma semana de moda voltada para marcas adeptas do comércio ético já está na quarta edição.

Uma boa dica para quem ainda não sabe como aderir a essa “moda” vem da estrela do cinema Angelina Jolie, na estréia de um filme a atriz usou um vestido comprado em um brechó. Outra celebridade que tem esse hábito é Marisa Monte, a cantora é craque em garimpar peças bacanas em brechós.

Jolie durante a première do filme “A Mighty Heart” com seu modelito by brechó, que custou cerca de U$ 26

Ecologicamente correta

Pequenas marcas já surgem no Brasil como opção para quem está preocupado não só em estar antenado com a moda, mas em preservar o meio ambiente. Elas trabalham com materiais reciclados, tecidos orgânicos, couros alternativos e novas fibras naturais. Como a carioca Amazon Life, que vende bolsas e sapatos feitos de couro vegetal, criado com o látex extraído de seringueiras por cooperativas no Acre. Outro exemplo é a marca Goóc, que usa a borracha reciclada de pneus no solado dos seus calçados.

Tecnologia brasileira

A indústria têxtil brasileira desenvolveu fibras a partir de garrafas PET recicladas e fibras de plantas como o bambu e o cânhamo, que algumas marcas, como a Osklen, usam em suas coleções.

Apenas 1% do algodão produzido no país é orgânico, cultivado sem o uso de agrotóxicos e pesticidas. A fábrica Coexis, de São Paulo, criou o primeiro tecido de algodão orgânico nacional, tingido com corantes naturais. Entre os clientes estão as marcas cariocas Redley e Cantão, que desfilaram na última semana de moda do Rio roupas com o selo orgânico.

Outra novidade é o algodão que já nasce colorido, nos tons marrom, vermelho e verde uma saída aos estragos causados pelo tingimento químico. Desenvolvido pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) há seis anos através do melhoramento genético da planta, a nova espécie (que só cresce na Paraíba) é produzida por cooperativas que valorizam a agricultura familiar e o artesanato local.

Como identificar esses produtos?

As empresas que fabricam produtos sustentáveis querem se destacar por isso, portanto elas fazem questão de criar selos que anunciam esse diferencial. Mas já existe o selo de certificação NOW (Natural Organic World). Outra alternativa é checar na etiqueta a composição do tecido.

As fibras naturais, de origem vegetal ou animal, são matérias-primas renováveis, costumam ser mais agradáveis ao toque e absorvem melhor a umidade do corpo. As fibras sintéticas são derivadas do petróleo (repare na etiqueta: elas têm as iniciais PO: poliamida, poliéster, polietileno, polipropileno).